Arginina atuando em atleta

Arginina na saúde e efeitos no exercício

Arginina

A arginina é um aminoácido condicionalmente essencial, significa que ela pode ser sintetizada dentro do nosso organismo a partir da L-Citrulina e L-Ornitina.  Porém, em algumas situações específicas como algumas doenças, traumas e estresse físico é considerada como um aminoácido essencial, significando que deve ser ingerido através da nutrição (alimentação e/ou suplementação).

O primeiro relato da arginina isolada foi dado em 1886, porém, a partir da década de 1990 é que as pesquisas começaram a avançar.

Funções Biológicas da Arginina:

  1. Fornecimento de energia: A arginina atua como um intermediário na síntese de Creatina e Creatina-fosfato.
  2. Sistema Endócrino: Estimula a liberação de catecolaminas, hormônio insulina, glucagon e o hormônio do crescimento (GH).
  3. Sistema Imunológico: Melhora a função dos neutrófilos, promove atividade bactericida de macrófagos ao sustentar a síntese de NO.
  4. Reparo tecidual: estimula o fluxo sanguíneo por meio da síntese de NO.
  5. Favorece a remoção da amônia: desempenha papel no metabolismo do nitrogênio e na síntese da ureia.

Funções Ergogênicas da Arginina

Segundo dicionário Michaelis, Ergogênico  adj (ergo1+gênico): Que aumenta a capacidade para o trabalho corporal ou mental, especialmente pela eliminação de sintomas de fadiga: Droga ergogênica.

  1. Aumento de força e Melhora da função contrátil do músculo
  2. Aumento de síntese de massa muscular associado aos exercícios resistidos.

Num estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo, em 2007, onde o objetivo da pesquisa era avaliar os efeitos da administração da L-Arginina associado ao treinamento de força, foi realizado durante 8 semanas. Ao final das 8 semanas o grupo que foi suplementado com  Arginina apresentou valores de peso corporal e massa magra significativamente maiores do que o grupo controle, e também apresentou percentual de gordura corporal significativamente menor. Ainda o grupo que ingeriu a L-Arginina também apresentou força em membros inferiores significantemente maior do que o grupo controle.

3. Melhora da resistência a fadiga

Uma pesquisa publicada em 2001, tinha como objetivo testar o efeito da suplementação de Arginina na capacidade aeróbia em esteiras. O grupo que consumiu Arginina houve aumento da síntese de óxido nítrico, e melhora da capacidade aeróbia.

4. Melhora da produção de Óxido Nítrico (NO)

O óxido nítrico está envolvido em uma série de funções em nosso corpo, como modulador da resposta imunológica, m elhora no processo de cicatrização, responsável pela vaso dilatação e pela síntese de novos vasos sanguíneos, e minimiza surgimento de aterosclerose.

O Óxido nítrico atua como mensageiro intercelular, ele relaxa as células musculares e dilata os vasos sanguíneos. O fluxo sanguíneo fica menos restrito a a pressão sanguínea diminui.

Outra função do óxido nítrico é a atenuação da impotência, pois quando a concentração de NO é suficientemente alta, os vasos sanguíneos dilatam, permitindo que uma quantidade suficiente de sangue flua e resulte na ereção. O medicamento Viagra, atua aumentando a ação do óxido nítrico dentro do organismo.

Fontes Alimentares:

A arginina está presente em todas as fontes proteicas e uma alimentação equilibrada fornece em média 3-5g dia.

Nas proteínas animais encontra-se em: carne de porco, carne bovina, frango e laticínios.

Nas proteínas vegetais encontra-se em: nozes, soja, sementes de abóbora, sementes de gergelim e amendoim, ainda na quinoa, aveia e gérmen de trigo. Grão de bico e lentilhas.

Suplementação:

As doses pesquisadas nos estudos variaram de 500 mg até 30 g/dia, por períodos de 3 a 80 dias em média. Não houve relações com nenhum efeito adverso, sendo considerada segura e não tóxica para humanos.

Importante comentar também que as vezes os suplementos disponíveis no mercado, que relatam efeito na liberação de NO, não apresentam arginina na sua composição, é comum o produto conter alimentos-fontes de arginina, mas que torna-se difícil a adequação da dose ingerida por não trazer específico o quanto realmente tem do produto, tornando talvez a manipulação uma opção.

Lembrando que o nutricionista é o profissional habilitado e capacitado a te orientar o quanto você está ingerindo, se você necessita ou não da suplementação, se sim, quanto necessita, e qual a melhor estratégia para sua dieta e suplementação.

 

Esse conteúdo tem a pretensão de ser atemporal, portanto, caso você que está lendo encontre falhas com referência, por gentileza entre contato pelos comentários.

Referências Bibliográficas:

Wu, G, and S M Morris. Arginine Metabolism: Nitric Oxide and Beyond. Biochemical Journal 336.Pt 1 (1998): 1–17.

Angeli, G; Barros, T. L.; et al. Investigação dos efeitos da suplementação oral de arginina no aumento de força e massa muscular. Rev Bras Med Esporte. 2007, vol.13, n.2. 129-132.

Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Biesek, S.; Azen, L. Guerra, I. ed 2. Manole, 2010.

Popovic, P. J.; Zeh, H. J. and Ochoa, J. B. Arginine and Immunity. The Journal of Nutrition, 2007.

Andrew J. M., Hoai-Ky V. H., et al. L-Arginine enhances aerobic exercise capacity in association with augmented nitric oxide production. Journal of Applied Physiology Mar 2001, 90 (3) 933-938.