Compulsão pelo doce pode ser stress

Compulsão pelo doce pode ser stress

A causa da compulsão pelo doce pode ser stress.

O cortisol é um hormônio esteroide produzido nas glândulas supra-renais, conhecido como o hormônio do Stress. É essencial para a manutenção das funções bioquímicas e fisiológicas normais do corpo humano, porém, quando cronicamente elevado possui efeitos adversos ao organismo. Um dos achados científicos é a relação com a compulsão alimentar e a fissura pelo doce.

O stress

O cortisol possui funções importantes no organismo como: mobilização de gorduras e proteínas, regulação do metabolismo dos carboidratos, participa na modulação do sistema imune, influencia no comportamento, memória e aprendizado, estado de vigília, entre tantas outras funções importantes em nosso corpo.

Vale lembrar que o stress não significa que você vai sair por aí brigando com todo o mundo, xingando ou coisas do gênero, o Stress é um estado psicológico que excita e perturba emocionalmente o indivíduo, pode ser preocupação com o trabalho ou mesmo insatisfação, dificuldades financeiras, problemas com o relacionamento, entre tantas outras coisinhas do dia a dia que podem estar gerando um stress na sua vida.

Um dos grandes problemas é que a um bom tempo os pesquisadores tem achado dados relacionando o stress com a compulsão alimentar e o consumo de doces, e também stress e a relação com aumento da gordura corporal, gordura abdominal e até obesidade. O aumento de gordura também acontece pelo próprio aumento do consumo alimentar, mas foram achados em ambas as situações. Os dados são ainda mais comuns em mulheres 🙁

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Mas vamos logo aos dados científicos:

A compulsão pelo doce

Epela e colaboradores trabalharam com 59 mulheres na pré menopausa e saudáveis em sessões de estresse e controle em dias alternados. Em resposta ao stress as mulheres que tinham aumento nos níveis do cortisol consumiam mais calorias em comparação às menos estressadas. Também consumiam alimentos significativamente mais doce ao longo de dias.

Em um outro estudo mais recente realizado na USP mostrou que mulheres estressadas tem 7 vezes mais chances de desenvolver a fissura por alimentos doces, e o grupo que consumia mais doces tinha maior sensação de culpa do que o outro.

Um estudo que já foi citado em mais de 600 artigos demonstra relação entre stress e o impulso para comer, a ingestão e frequência de alimentos nutritivos x saborosos e não nutritivos, em mulheres com pesos variados de normal a obesas. O grupo de maior stress foi associado a índices maiores de impulso para comer, maior fome, compulsão alimentar e tentativas ineficazes de controlar o que comer, podendo este ser um fator que promove o ganho excessivo de peso.

As referências estão abaixo para pesquisar mais a fundo. Se eu incluísse todos os artigos que li, esta matéria ficaria muito longa e ninguém leria (risos).

Se você se identifica com estes padrões citados acima, não se desespere pois sempre tem alguma coisa a se fazer, a alimentação é capaz de modular os níveis do cortisol e seus potenciais efeitos.

  1. Você precisa identificar as causas que te estressam  e procurar soluções para mudar, em nutrição nós vamos tratar os sintomas, mas de nada adianta se você permanecer nesta situação ou ambiente.
  2. Pedir para seu médico ou nutri solicitar o exame sanguíneo de cortisol para avaliar estes valores. Atenção: existe um valor de referência para estes exames, e se o seu estiver num valor fora da referência e seu médico disser que está tudo bem sem começar uma investigação minuciosa ….. troque de médico, você merece um profissional mais atento.
  3. Inicie alguma atividade física, independente de qual seja. Neste momento estou sugerindo não pelos resultados estéticos, mas sim porque a atividade física regular promove liberação de hormônios que combatem o stress e ansiedade, e com tempo seu corpo consegue regularizar a liberação dos hormônios de stress x alegria e satisfação.
  4. Faça uma dieta equilibrada, regular e saudável. Se puder consulte um nutricionista que entenda deste tema para ajudar. Já existem estudos relacionando os macronutrientes (carbo, proteínas e gorduras) com a liberação do cortisol. Dietas ricas em proteínas e pobre em carboidratos tendem a levar aumento nos níveis plasmáticos de cortisol.
  5. Evite excesso de cafeína: bebidas e alimentos que contém cafeína podem interferir negativamente na liberação do cortisol.
  6. Inclua alimentos ricos em ômega 3 na sua dieta, como semente de linhaça, semente de chia, atum, sardinha, salmão, nozes, abacate.

Fatores como jejum prolongado, dietas ricas em proteínas ou  sódio, o consumo de bebidas alcoólicas interferem negativamente no cortisol, por outro lado uma alimentação fracionada e equilibrada com uma característica anti-inflamatória e antioxidante, exerce efeito contrário, contribuindo para o equilíbrio do nosso corpo.

“Mens sana in corpore sano (“uma mente sã num corpo são“)”

Esse conteúdo tem a pretensão de ser atemporal, portanto, caso você que está lendo encontre falhas com referência, por gentileza entre contato pelos comentários.

Referências Bibliográficas:

EPELA, E.; LAPIDUSB, R.; et al. Stress may add bite to appetite in women: alaboratory study of stress-induced cortisol andeating behavior. Psychoneuroendocrinology. February, 26(1):37-49. 2001.

MACEDO, D. M.; DIEZ-GARCIA, R. W. Sweet craving and ghrelin and leptin levels in women during stress. Appetite. September. v. 80, p. 264-270. 2014.

WARDLE, J.; et al. Stress, dietary restraint and food intake. J Psychosom Res. 48 (2):195-202. 2000.

NAVES, A. Nutrição Clínica Funcional: Modulação Hormonal. 1.ed. São Paulo, SP. 2010.

GREENO, C. et al. Stress Predicts overeating and weight gain outside of the laboratory: data from multiple studies. Annals of Behav Med; 20-32. 1998.

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