Tudo sobre Cistos no Ovário

Cistos no Ovário:

Como eu recebo muitas perguntas em relação ao cisto hemorrágico no Ovário que tive, resolvi escrever mais detalhadamente sobre o assunto para ajudar mais pessoas que apresentam o mesmo problema pelo qual passei e conto aqui.

Os Cistos no Ovário são formações saculares que se desenvolvem nos ovários das mulheres. A maioria dos cistos que são formados são considerados funcionais ou fisiológicos, ou seja, não estão relacionados a nenhuma doença. A maioria dos cistos são benignos e tendem a desaparecer sozinhos dentro de algumas semanas.

Tipos de cistos benignos de ovário:

Normalmente tem origem em folículos ovarianos e são produzidos por disfunções hormonais durante a ovulação.

  1. Cisto folicular: Acontece quando um folículo maduro deixa de ovular ou de involuir. Não pode ser diagnosticado até que tenha mais de 2,5cm. Geralmente regridem sozinhos.
  2. Cisto de Corpo Lúteo: ocorre da falha de absorção ou do excesso de sangramento no corpo lúteo. São menos comuns mas são maiores e mais sintomáticos. Seu principal sintoma é a dor. Se o óvulo for fertilizado o corpo lúteo continuará durante a gestação normalmente por 8-10 semanas, mas normalmente com 16 semanas o cisto já se resolveu sozinho.
  3. Cisto Hemorrágico: pode ocorrer hemorragia interna em ambos os cistos citados acima. Sintoma início agudo de dor pélvica.
  4. Ovário Policístico: diferentes dos cistos citados acima, o ovário policístico é considerado uma síndrome de desordem endócrina, e pode envolver riscos metabólicos cardiovasculares e estão relacionados a Resistência Insulínica. Falarei sobre o Ovário Policístico numa matéria futura pois tem muito mais a falar sobre o assunto.

Causas:

Os mecanismos exatos das causas dos cistos ovarianos ainda não foram definidos, mas existem sugestões que podem estar relacionados a:

  • Tabagismo.
  • Uso de Tamoxifeno (mulheres tratadas com a medicação para câncer de Mama.
  • Desequilíbrios hormonais, e fluxo menstrual irregular.
  • Alterações de tireoide
  • Obesidade

Sintomas:

  • Dor abdominal Aguda.
  • Infertilidade
  • Dor pélvica que pode aparecer com exercícios extenuantes, ou relações sexuais
  • Sensação de pressão ou distensão abdominal.
  • Ou pacientes assintomáticos, que descobrem em exames de imagem ginecológica de rotina ambulatorial.

Diagnóstico:

Normalmente os cistos acabam sendo descobertos em exames de imagem, de rotina ginecológica.

A ultrassonografia é a ferramenta para avaliação. E também a ressonância magnética.

Já nos exames sanguíneos pode ser avaliado os níveis hormonais como LH, FSH, estradiol, progesterona e testosterona e também a dosagem sanguínea de CA 125, que é um marcador de possível câncer, seja ele maligno ou benigno.

Tratamentos médicos:

Normalmente os cistos regridem sozinhos dentro de 2 ciclos menstruais (8 semanas até 12 semanas.).

Se após este período o cisto persiste após acompanhamento médico periódico é indicado a intervenção cirúrgica. Ou se eles tiverem tamanhos maiores de 6-10 cm.

Tratamentos Nutricionais:

Pelo fato dos cistos serem a maioria de ordem fisiológica (ou seja, normais), não existe um tratamento específico para o problema.

Porém vou citar abaixo as recomendações nutricionais para o ovário policístico, que foi o tratamento que fiz em mim mesma durante um certo período e ainda mantenho essas rotinas até hoje. A parte boa, é que anualmente faço ecografia regularmente e nunca mais apresentei nenhuma forma de cistos, nem policísticos, nem hemorrágicos.

  • Consumir preferencialmente carboidratos de baixo índice glicêmico como os cereais integrais: pães integrais, arroz integral, quinoa, aveia, ou mesmo a batata doce.
  • Aumente seu consumo de fibras com as frutas e vegetais, pois ajudam a tornar o esvaziamento gástrico mais lento.
  • Aumente o consumo de Omega 3 na sua dieta consumindo mais sardinha, arenque, salmão, semente de chia, semente de linhaça, nozes.
  • Diminua o consumo de leite e derivados
  • Diminua o consumo de gorduras saturadas, pois em excesso pode levar a dislipidemias e piorar a resistência insulínica.
  • Procure comer a cada 3 horas, para regular a liberação de insulina no sangue.
  • Evite alimentos de alto índice glicêmico, como balas, chocolates, doces, pães brancos, mel, sucos de frutas coados, ou mesmo os de caixinha, até mesmo suplementos como maltodextrinas. Existem outras opções de suplementos de carboidratos que não são de rápida absorção.

Estas orientações são generalizadas, e não são individuais, sempre procure um nutricionista de sua confiança para que ele possa te ajudar com o seu problema.

Esse conteúdo tem a pretensão de ser atemporal, portanto, caso você que está lendo encontre falhas com referência, por gentileza entre contato pelos comentários.

Referências Bibliográficas:

Tratado de Ultra-sonografia Diagnostica, 2v.
CAROL M. RUMACK,Carol M. Rumack, J. William Charboneau, Stephanie R. Wilson,J. WILLIAM CHARBONEAU

Ginecologia de Williams – 2ed
Barbara L. Hoffman,John O. Schorge,Lisa M. Halvorson,Karen D. Bradshaw,F. Gary Cunningham

http://drwilliamkondo.site.med.br/