Estudiosos na Europa sugerem que o aumento de alergias em crianças como asma, inflamação intestinal e outras alergias alimentares pode estar relacionado à ascensão de junk foods.
Junk Food é “comida-lixo” ou “comida-porcaria”, esta expressão refere-se a alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes, são alimentos com alto teor de gordura saturada, sal, açúcar e aditivos alimentares como o glutamato monossódico e tartrazina, e pobres em nutrientes como a proteínas, vitaminas, minerais e as fibras dietéticas.
O estudo compara bactérias do intestino de crianças que vivem em Florença – Itália que tem um consumo alto de junk foods, com os que vivem em uma aldeia na África que tem hábitos alimentares semelhantes ao seres humanos cerca de 10 mil anos atrás, onde eles mesmos produzem seu próprio alimento, predominantemente vegetariana, pobre em gordura e proteína animal e rica em cereais, vegetais e fibras. A variedade da flora intestinal nestes dois grupos foi significativamente diferente. Os pesquisadores supõem que a diminuição da diversidade de bactérias do intestino dos que consomem muito junk food tem a ver com o grande crescimento das alergias nos países industrializados. resultados sugerem que a dieta tem um papel dominante em relação a outras possíveis variáveis, como etnia, saneamento, higiene, geografia e clima, na definição da microbiota intestinal.
Entrei em contato com um dos pesquisadores, o Doutor Paolo Lionetti, para saber se o consumo de antibióticos poderia influenciar no resultado da pesquisa, já que o consumo dos antibióticos deve ser bem maior nas crianças italianas do que nas crianças que vivem na aldeia africana, e o Doutor disse que não, pois participaram da pesquisa crianças que não consumiram antibiótico desde os 6 meses de idade, não interferindo então na microbiota intestinal destas crianças.
Ainda é muito cedo para afirmar, é um tema importante e que serão necessárias muito mais pesquisas sobre o assunto. Mas com o que nós já sabemos é melhor cuidarmos mais da nossa alimentação para evitar doenças que poderíamos não ter.
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