Índice Glicêmico, o que é?

O Índice Glicêmico (IG) é um ranking de 0 a 100 dos carboidratos dietéticos de acordo com a medida em que aumentam a glicemia (açúcar do sangue), onde a glicose é 100, normalmente utilizado como referência.

Este Índice classifica os alimentos de acordo com a resposta glicêmica produzida pelo carboidrato do alimento comparado com um alimento controle, normalmente pão branco ou a glicose (onde 50g tem 25g de carboidrato).

Carboidratos:

Os carboidratos são os macronutrientes responsáveis pela principal fonte de energia do homem, podendo fornecer energia em velocidades diferentes de acordo com sua digestão e absorção.

Porém, é de extrema importância conhecer as diferentes respostas fisiológicas que cada tipo de carboidrato fornece no nosso organismo, pois o consumo elevado de carboidratos de alto índice glicêmico está associado ao aumento das doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças dos olhos relacionados com a idade como degeneração da mácula e cataratas segundo uma meta-análise realizada por Barclay et. al, em 2008, a diminuição de síndrome metabólica e ainda controle do acúmulo de gordura corporal, controlar o apetite e atrasar a fome.

Alto Índice Glicêmico:

São os carboidratos de rápida digestão que são hidrolisados pelas enzimas digestivas humanas no intestino delgado, produzem aumento da glicemia, aumento da liberação de insulina, e posteriormente como efeito colateral pode ocorrer hipoglicemia (queda nos níveis de açúcar no sangue) devido ao aumento rápido da insulina na tentativa de normalizar a glicemia.

  • Exemplos: pão branco, tapioca, arroz branco, maltodextrina e dextrose, mel, etc.

Baixo Índice Glicêmico:

São carboidratos que apresentam liberação moderada de glicose e insulina no sangue, pois não são hidrolisados pelas enzimas digestivas humanas no intestino delgado e são fermentadas no intestino grosso. Tanto a resposta glicêmica como a fermentação estão relacionados com diminuição do risco de doenças não transmissíveis e da síndrome metabólica.

  • Exemplos: pães e cereais integrais, batata doce, aveia, etc.

Do ponto de vista esportivo, existem as suas ressalvas, onde os atletas se beneficiam com os carboidratos de rápida absorção e alto índice na melhora do desempenho esportivo e performance, mas em horários e quantidades específicas. Tema para uma matéria futura 😉

Como é medido o Índice Glicêmico:

Um grupo de pessoas saudáveis, após uma noite de jejum ingere uma porção de alimento teste e consumo de um alimento referência, preferencialmente a glicose pois tem índice glicêmico mais alto, e padrão em todo o mundo. Após a ingestão é feito coletas sanguíneas em intervalos de 15-30 minutos ao longo de 2 horas. Estas amostras constroem uma curva de resposta de açúcar no sangue.

Valores de Referência para o Índice Glicêmico comparado com a glicose:


baixo índice Glicêmico         ≤ 55

Médio índice Glicêmico        56 a 69

Alto índice glicêmico            ≥ 70

 

Você pode acessar uma Tabela do Índice Glicêmico que traduzi e montei pra vocês nesta matéria AQUI.

As pesquisas são claras quando mostram que a substituição diária de porções de carboidratos de alto índice glicêmico por carboidratos de baixo índice glicêmico são escolhas mais saudáveis para a redução do risco de diabetes tipo II, redução de doenças cardiovasculares, melhora na resistência a insulina, diminuição dos problemas visuais.

Ahhh sim, e mais uma informação que vale a pena dividir, no emagrecimento o carboidrato não é o vilão, e sim a quantidade de carboidrato ingerida e o tipo de carboidrato, então prefira os de baixo índice glicêmico.

Esse conteúdo tem a pretensão de ser atemporal, portanto, caso você que está lendo encontre falhas com referência, por gentileza entre contato pelos comentários.

Referências Bibliográficas:

Barclay, A. W.; Petocz P.; McMillan-Price J.; et al. Glycemic index, glycemic load, and chronic disease risk—a meta-analysis of observational studies. Am J Clin Nutr, 2008; vol. 87 no. 3 627-637.

Capriles, V. D., Guerra-Matias, A. C.; Arêas, J. A. C. Marcador in vitro da resposta glicêmica dos alimentos como ferramenta de auxílio à prescrição e avaliação de dietas. Rev. Nutr, 2009. vol.22 no.4 . 549-557.

Silva, F. M.; Steemburgo, T.; Azevedo, M. J.;  Mello, V. D. Papel do índice glicêmico e da carga glicêmica na prevenção e no controle metabólico de pacientes com diabetes melito tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab, 2009, vol.53, n.5, pp. 560-571.

Cozzolino, S. M. F.; Cominetti, C. Bases Bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Editora Manolle, 2013. 1 ed. São Paulo-SP. Brasil.

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Bisfenol A, sexualidade e câncer

O Bisfenol A, também conhecido com a sigla BPA é um composto utilizado na produção de policarbonato, uma resina utilizada na produção da maioria dos plásticos como materiais dentários, brinquedos, equipamentos esportivos, inclusive os que tem contato com alimentos, como revestimento de latas, mamadeiras, potes de cozinha, etc.

Em 1960 seu uso foi autorizado pelo FDA  (Food and Drug Administration), porém, a partir de 2008 começaram a desenvolver mais pesquisas em Continuar lendo Bisfenol A, sexualidade e câncer

Antropometria ou Bioimpedância?

Para uma adequada prescrição da dieta ou até mesmo de exercícios físicos, é necessário que os profissionais como o nutricionista e o educador físico, conheçam bem os aspectos morfológicos de seus pacientes/clientes. Claro que dentro da nutrição existem muitos outros fatores importantes para avaliar, mas o foco nesta matéria é falar sobre os diferentes métodos de avaliação corporal.

A avaliação corporal objetiva quantificar os diferentes componentes corporais, os mais utilizados são de gordura corporal e massa magra. Normalmente o mais utilizado é o de gordura corporal, pois permite identificar se o avaliado está dentro dos padrões adequados para sua modalidade para obter os melhores resultados do ponto de vista esportivo. Exemplo: Se um lutador está com excesso de gordura corporal, ele pode não ter a agilidade necessária, peso ou até mesmo a resistência para aguentar sua luta. Já um corredor com excesso de peso, irá sobrecarregar constantemente seus joelhos, tornozelos, tendões e articulações devido ao constante impacto com o “peso extra”  que está carregando. E claro, ainda tem o foco da estética, que cada vez mais as pessoas buscam um corpo saudável, mas com o foco quase exclusivo na beleza.

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Tudo sobre Cistos no Ovário

Cistos no Ovário:

Como eu recebo muitas perguntas em relação ao cisto hemorrágico no Ovário que tive, resolvi escrever mais detalhadamente sobre o assunto para ajudar mais pessoas que apresentam o mesmo problema pelo qual passei e conto aqui.

Os Cistos no Ovário são formações saculares que se desenvolvem nos ovários das mulheres. A maioria dos cistos que são formados são considerados funcionais ou fisiológicos, ou seja, não estão relacionados a nenhuma doença. A maioria dos cistos são benignos e tendem a desaparecer sozinhos dentro de algumas semanas.

Tipos de cistos benignos de ovário:

Normalmente tem origem em folículos ovarianos e são produzidos por disfunções hormonais durante a ovulação.

  1. Cisto folicular: Acontece quando um folículo maduro deixa de ovular ou de involuir. Não pode ser diagnosticado até que tenha mais de 2,5cm. Geralmente regridem sozinhos.
  2. Cisto de Corpo Lúteo: ocorre da falha de absorção ou do excesso de sangramento no corpo lúteo. São menos comuns mas são maiores e mais sintomáticos. Seu principal sintoma é a dor. Se o óvulo for fertilizado o corpo lúteo continuará durante a gestação normalmente por 8-10 semanas, mas normalmente com 16 semanas o cisto já se resolveu sozinho.
  3. Cisto Hemorrágico: pode ocorrer hemorragia interna em ambos os cistos citados acima. Sintoma início agudo de dor pélvica.
  4. Ovário Policístico: diferentes dos cistos citados acima, o ovário policístico é considerado uma síndrome de desordem endócrina, e pode envolver riscos metabólicos cardiovasculares e estão relacionados a Resistência Insulínica. Falarei sobre o Ovário Policístico numa matéria futura pois tem muito mais a falar sobre o assunto.

Causas:

Os mecanismos exatos das causas dos cistos ovarianos ainda não foram definidos, mas existem sugestões que podem estar relacionados a:

  • Tabagismo.
  • Uso de Tamoxifeno (mulheres tratadas com a medicação para câncer de Mama.
  • Desequilíbrios hormonais, e fluxo menstrual irregular.
  • Alterações de tireoide
  • Obesidade

Sintomas:

  • Dor abdominal Aguda.
  • Infertilidade
  • Dor pélvica que pode aparecer com exercícios extenuantes, ou relações sexuais
  • Sensação de pressão ou distensão abdominal.
  • Ou pacientes assintomáticos, que descobrem em exames de imagem ginecológica de rotina ambulatorial.

Diagnóstico:

Normalmente os cistos acabam sendo descobertos em exames de imagem, de rotina ginecológica.

A ultrassonografia é a ferramenta para avaliação. E também a ressonância magnética.

Já nos exames sanguíneos pode ser avaliado os níveis hormonais como LH, FSH, estradiol, progesterona e testosterona e também a dosagem sanguínea de CA 125, que é um marcador de possível câncer, seja ele maligno ou benigno.

Tratamentos médicos:

Normalmente os cistos regridem sozinhos dentro de 2 ciclos menstruais (8 semanas até 12 semanas.).

Se após este período o cisto persiste após acompanhamento médico periódico é indicado a intervenção cirúrgica. Ou se eles tiverem tamanhos maiores de 6-10 cm.

Tratamentos Nutricionais:

Pelo fato dos cistos serem a maioria de ordem fisiológica (ou seja, normais), não existe um tratamento específico para o problema.

Porém vou citar abaixo as recomendações nutricionais para o ovário policístico, que foi o tratamento que fiz em mim mesma durante um certo período e ainda mantenho essas rotinas até hoje. A parte boa, é que anualmente faço ecografia regularmente e nunca mais apresentei nenhuma forma de cistos, nem policísticos, nem hemorrágicos.

  • Consumir preferencialmente carboidratos de baixo índice glicêmico como os cereais integrais: pães integrais, arroz integral, quinoa, aveia, ou mesmo a batata doce.
  • Aumente seu consumo de fibras com as frutas e vegetais, pois ajudam a tornar o esvaziamento gástrico mais lento.
  • Aumente o consumo de Omega 3 na sua dieta consumindo mais sardinha, arenque, salmão, semente de chia, semente de linhaça, nozes.
  • Diminua o consumo de leite e derivados
  • Diminua o consumo de gorduras saturadas, pois em excesso pode levar a dislipidemias e piorar a resistência insulínica.
  • Procure comer a cada 3 horas, para regular a liberação de insulina no sangue.
  • Evite alimentos de alto índice glicêmico, como balas, chocolates, doces, pães brancos, mel, sucos de frutas coados, ou mesmo os de caixinha, até mesmo suplementos como maltodextrinas. Existem outras opções de suplementos de carboidratos que não são de rápida absorção.

Estas orientações são generalizadas, e não são individuais, sempre procure um nutricionista de sua confiança para que ele possa te ajudar com o seu problema.

Esse conteúdo tem a pretensão de ser atemporal, portanto, caso você que está lendo encontre falhas com referência, por gentileza entre contato pelos comentários.

Referências Bibliográficas:

Tratado de Ultra-sonografia Diagnostica, 2v.
CAROL M. RUMACK,Carol M. Rumack, J. William Charboneau, Stephanie R. Wilson,J. WILLIAM CHARBONEAU

Ginecologia de Williams – 2ed
Barbara L. Hoffman,John O. Schorge,Lisa M. Halvorson,Karen D. Bradshaw,F. Gary Cunningham

http://drwilliamkondo.site.med.br/

Colesterol alto, riscos e como melhorar?

A hipercolesterolemia

Mais conhecida como colesterol alto trás diversos riscos para a saúde, e cerca de 40% da população brasileira já sofre com o problema. Porém, bons hábitos alimentares e a prática regular de exercícios físicos promovem melhora da saúde e exames e consequentemente melhora a qualidade de vida.

O colesterol é um tipo de gordura em forma de pasta branca encontrado em todas as células do nosso corpo, e que é fundamental, pois desempenha varias atividades fundamentais, como: Continuar lendo Colesterol alto, riscos e como melhorar?